Este capítulo apresentou uma reflexão sobre as interfaces contemporâneas entre a Inteligência Artificial (IA) e a Ciência da Informação (CI), destacando sua natureza interdisciplinar e a conexão inexorável com as tecnologias emergentes. A Ciência da Informação, enquanto campo dinâmico e transversal, assume papel ativo na sociedade da informação ao mediar fluxos informacionais e contribui criticamente para o desenvolvimento de sistemas mais inclusivos e acessíveis. Apresentou uma introdução à IA por meio de uma categorização básica de seus tipos — desde sistemas reativos até IA cognitiva e autônoma —, e fundamenta-se em quatro principais correntes teóricas: a Teoria Funcionalista (foco na simulação da cognição humana), a Teoria Crítica (análise da consistência da autoconsciência da IA), a teoria da aprendizagem (base para algoritmos adaptativos) e a teoria evolucionista (enfoque na adaptabilidade e coevolução homem-máquina). Também traçamos um panorama da Biblioteconomia na era da IA, destacando conceitos como a Biblioteca 5.0 — um modelo específico para personalização, automação e integração ética de tecnologias inteligentes em ambientes informacionais. A Declaração da IFLA sobre Inteligência Artificial e Bibliotecas é apresentada como diretriz ética e estratégica para o setor. Retoma-se ainda a contribuição seminal de SR Ranganathan, à luz da metáfora do ciclo de conhecimento, agora reinterpretado com base na cibernética e na retroalimentação sistêmica. Por fim, discute-se o estado atual da pesquisa em IA dentro da Ciência da Informação, seus principais desafios, avanços e oportunidades de atuação profissional e acadêmica, especialmente no contexto brasileiro.